Entre os dias 16 e 20 de maio aconteceu a Semana de Nacional de Museus, e o Instituto Memorial de Parintins (Impin), realizou um conjunto de atividade que promoveram o estimulo iniciativas de salvaguarda memória local.
Durante uma semana passaram pelo evento, estudantes, intelectuais, ativistas culturais e pessoas que representam a própria memória viva deste município. Ficou claro que momentos como este não mobiliza só especialista em história ou cultura, mas sim todos, dado que a participação foi ampla.
Entre pontos centrais da discussão foram:
Tradição oral e o imaginário indígena
“Apesar de o índio ter sido o mais agredido no processo histórico, ele resisti e a manutenção das tradições são forças motrizes deste processo”.
O indigenista da FUNAI Sérgio Seixas trouxe o tema “tradição oral e o imaginário indígena”, que abordou sobre a condição indígena desde a colonização até os dias atuais, a construção do universo mitológico indígena e ressaltou a importância da oralidade para a transmissão das tradições e educação dos povos, a manutenção da cultura para que todos possam apreender suas contribuições para as sociedades contemporâneas.
Museu, educação e o lúdico
“O museu não é apenas um lugar onde guarda-se algo ou coisa antiga, mas sim fazer uso desses objetos para uma reflexão sobre o que isso contribuiu e ajudou na formação das sociedades”.
O Professor do curso de Artes, Ericky Nakanome da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), falou da temática - Museu, educação e o lúdico dando ênfase aos museus como um lugar de abrigar memória coletiva para o coletivo e a importância imediata de ter um lugar como este em Parintins para atender o grande acervo de registros não catalogados que estão espalhado pelo município.
Iniciativas de salvaguarda da memória por meio dos bumbás
A história dos bois Garantido e Caprichoso se confundem com a memória do município e por esse motivo torna-se imprescindível a rememoração.
A neta de Lindolfo Monteverde, Cleomara Monteverde, falou sobre o Projeto Garantido: a tradição de Lindolfo Monteverde. O projeto tem com o objetivo, sistematizar todo o material de pesquisa das memórias do Boi Garantido e seu fundador, para que sejam passadas de forma oficial e mantendo as tradições. Já professora Odinea Andrade representando o Departamento Cultural do Boi Caprichoso trouxe para os presentes uma mostra dos arquivos raros do bumbá, a mesma falou do boi e contou um pouco de sua história.
A memória da cidade na literatura
A leitura deve ser um habito constante e estimulado, pois só assim teremos uma sociedade de leitores e construtores da arte literária.
Esta temática foi debatida na Escola Estadual senador João Bosco, e teve como norteadores da discussão representando o educandário o Professor Venício Garcia, a Bibliotecária do Instituto de Federal do Amazonas (Ifam), Cristiane Sinimbu e representando a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Professor Felicíssimo Barbosa, abordaram sobre a literatura e sua importância no processo historiográfico, onde foi lembrado a carência de obras já escritas que relatam a memória do município.
Um dos pontos altos foi a leitura feita pelo Professor Vénicio de um poema do estudante Rafael Assaygue, sobre o Casarão de Vila Amazônia.
A cidade que existe em cada um de nós
No debate sobre o olhar que se tem sobre a cidade o Professor Camilo Ramos mostrou uma Parintins de forma plena, fazendo com que os presentes ficassem extasiados com a apresentação do professor.
Memória e identidade
“A história se constrói com fragmentos de memórias”.
A mesa redonda intitulada Memória e Identidade, realizada no auditório do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), teve como mediadores o membro do Núcleo de Antropologia da Ufam, Marcio Braz, o jornalista, sociólogo e escritor, Wilson Nogueira e a presidenta do Impin, Iriam butel, que levaram pra sociedade um debate importante sobre fortalecimento da identidade local.
Museu a céu aberto
“A memória recupera o que está submerso, seja do indivíduo, seja do grupo e a História trabalha com o que a sociedade trouxe a público.” (Dicionário dos Conceitos Históricos, 276p)
O Instituto presenteou os participantes com uma visita guiada pelos pontos históricos do município apresentando uma historia desconhecida por muitos, mas muito presente no cenário e paisagem da cidade.
Este passeio com caráter de educação patrimonial e percorreu as principais ruas do município onde se situam os locais de patrimônios históricos.
Martéria: Everton Auzier
Foto: Samuel Sá
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