O JORNAL DA ILHA - A história do Legislativo é a história de Parintins

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II Legislatura: Parintins vive expansão urbana

O Brasil vivia os últimos anos da Era Vargas. Getúlio, o pai dos pobres, cometeria suicídio até agosto de 1955; o estado do Amazonas ainda não detinha a Zona Franca de Manaus e era governado pelo jornalista Álvaro Botelho Maia. Na cidade de Parintins, a família Belém se fincava como liderança política, comandando a Ilha por dois mandatos seguidos. O primeiro com Julio Belém, e a partir de 1953 com Gentil Augusto Belém.
Nesse contexto político, é eleita e empossada a 2ª Legislatura da Câmara Municipal de Parintins, iniciada em 1952 a 1955. De acordo com os membros do IMPIN– Instituto Memorial de Parintins, os presidentes desse período foram Germano da Rocha Brandão, José Medeiros da Gama, Antônio Eugênio do Couto Meireles Filho e Raimundo Soares Almada.
Essa legislatura, segundo os pesquisadores do INPIM que participaram da programação da Rádio Câmara na quarta-feira, 18 de janeiro, ajudou no crescimento econômico e desenvolvimento urbano da cidade.
Segundo o pesquisador Samuel Sá, faziam parte dessa legislatura os vereadores Germano da Rocha Brandão, Antônio Eugênio do Couto Meireles Filho, Amaro Alves da Silva, Alcino Nascimento Teixeira, Manoel Coelho Pinheiro, Raimundo Soares Almada, José Medeiros da Gama (assume no dia 15 de julho de 1952), Odovaldo Ferreira Nôvo (assume a cadeira de Amaro Silva), João Pinheiro Lôbo (assume a cadeira de Germano Brandão).
Dentre as principais ações dos parlamentares da segunda legislatura, o pesquisador do IMPIN destacou a organização espacial e seu crescimento econômico com arrecadação de impostos, o aforamento de terras, criação do campo de pouso, trabalho de agricultura, a fundação do Serviço Especial de Saúde Pública – SESP, bem como a implantação de lavanderia, rampa do mercado municipal, auto-falantes, construção de escolas, destinação de verba para os festejos comemorativos e para fatos históricos, início da festa de Nossa Senhora do Carmo, comemoração da semana da pátria e feriado municipal e, a doação de brinquedos para crianças carentes da cidade.
A característica principal da primeira legislatura é a organização política. Já a segunda legislatura foi detalhada na organização urbana da cidade. Samuel Sá se reporta as palavras do vereador da época José Medeiros da Gama em que diz: “Parintins, como é sabido por todos os seus habitantes, cresce a passos gigantescos”. Com isso, o pesquisador afirma que nesse período Parintins começa a ganhar o formato de organização estrutural de cidade, haja vista que a cidade na década de 50 a 52 era tida mais como caipira do que urbana.

Quanto ao espaço geográfico urbanizado de Parintins nos anos de 1952 a 1955, Samuel informou que ao Norte da Ilha situava-se a primeira rua ou rua da frente, como era chamada na época, atualmente sendo a rua Rui Barbosa e a esquerda detinha a rua Caetano Prestes; ao Sul situava a Avenida Amazonas; a Leste a rua Sá Peixoto e a Oeste a rua Oriental, hoje denominada rua 31 de Março.
De acordo com a historiadora Irian Butel, a cidade se configurava com as limitações urbanas, mas possuía modos de vida peculiares aos moldes caipiras. “Hoje Parintins é referência no estado pelos serviços que apresenta e dos anos referentes à segunda legislatura ela também trazia seu grau de importância dentro do município, porém com outra característica física e organizacional, a qual desenhava uma estrutura de ruas de chão batido. Então, esse trânsito e imagem da Ilha é forte quando nos reporta informações e as pontuamos atualmente para a sociedade”, afirma.
Na época, o prédio do Legislativo funcionava no Salão Nobre do Palácio Cordovil, localizado na atual Praça Eduardo Ribeiro. Era um local onde aconteciam suas respectivas sessões, estas ocorriam praticamente todos os dias no intuito de estabelecer a organização da cidade.
Para Samuel Sá, um fato que marca a segunda legislatura é o modo como é tratado a organização da cidade. Ele cita a coordenação dos parlamentares tanto em relação à manutenção da limpeza do lugar quanto ao tratamento dos animais. “A cidade era extremamente organizada. Em relação às pessoas que chegavam, aos barcos que aqui encostavam, as canoas que trafegavam no rio, bem como os demais meios de transporte, tudo era organizado da melhor maneira possível”, diz.
Samuel reporta que a arrecadação dos impostos na época era estabelecida de maneira eficaz. “Existiam pessoas colocadas estrategicamente em determinados lugares da cidade para fazer a permuta de cobrança de imposto e observamos que tudo na cidade era cobrado, desde o ambulante que vendia suas vassouras, as pessoas que tinham transporte como bicicleta, triciclo, carro, até o pescador e demais comerciantes. Vale ressaltar que não se vê nas atas nenhum tipo de discussão com a população referente à cobrança de imposto, sendo que nem todas pagavam imposto. A população em si respeitava os critérios impostos pelos vereadores para a organização social de Parintins”, expõe o pesquisador.
Os pesquisadores e historiadores do IMPIN e membros do Projeto História e Memória Política do Município de Parintins, trabalho de autoria do presidente Juscelino Melo Manso (PSB), retornam aos estúdios da Rádio Câmara para apresentarem a toda sociedade uma síntese referente à Terceira Legislatura parintinense, baseada nos registros documentais da Câmara Municipal.

(CMP/Comunicação)

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